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Tudo começa com a água

Por Lucas Gregory - @chemistrybeer


Mais uma sexta-feira de quarentena, mais um Cervejou para nós. No artigo de hoje nós iremos abordar um componente importante: a água.


A água é a matéria-prima mais importante de todo o processo de fabricação, onde a mesma é utilizada tanto no processo fabril quanto na limpeza e sanitização de equipamentos. Em um copo de cerveja, a água é responsável por aproximadamente 95% do peso do líquido. Para se produzir um litro de cerveja se consome em média 7 litros de água, mas o consumo e economia de recursos naturais vamos abordar nessa coluna mais para frente. Vale ressaltar que antigamente o consumo médio girava em torno de 15 litros de água para cada litro de cerveja.


Muitas cervejas ficaram famosas devido a água das cidades onde eram fabricadas. A cidade de Dublin na Irlanda ficou famosa com as Stout’s, Pilsen na República Tcheca com as Pilseners, Munich na Alemanha com as cervejas da Oktoberfest e Burton na Inglaterra com as aclamadas IPA’s (Indian Pale Ale). E aqui surge uma pergunta que todo cervejeiro um dia já fez: “é possível eu reproduzir a água dessas cidades para fazer uma cerveja o mais próximo possível do local de origem?”. E a resposta para essa pergunta é: Sim. Hoje, existem tabelas na internet que mostram a concentração de sais da água de cada cidade. A partir de cálculos de concentração de sais e a tabela é possível chegar as concentrações originais.


Tabela 1: Concentração de íons nas águas das cidades:

As águas encontradas no Brasil e que são distribuídas pelas companhias de água, ou de fontes que são engarrafadas e vendidas por famosas marcas têm concentrações próximas a da água de Pilsen, uma água de baixa dureza e que no geral é possível ajustá-la a fim de obter as concentrações da água de Burton ou de qualquer outra cidade.

No artigo de hoje vimos um pouco de água e como seus íons influenciam nos sabores das cervejas que temos. O próximo artigo vamos tratar sobre o malte, do campo ao copo, e como a cevada e outros cereais são malteados e torrados para gerar as cores que temos em nossos copos e os sabores que sentimos. É tudo uma questão de termodinâmica.



REFERÊNCIAS:


MORANDO, R. Larousse da Cerveja. 1ª Edição. Editora: LaFonte, 2015;


HUGHES, G. Cerveja Feita em Casa. 1ª Edição. Editora: Publifolha, 2014;


FERGUSON, E. Cerveja Artesanal. 1ª Edição. Editora: Quarto, 2016;


Sais, água e cerveja: qual a relação entre eles na produção? Homini Lúpulo. Disponível em: https://www.hominilupulo.com.br/cervejas-caseiras/artigos/agua-e-sais-cerveja;


Água Cervejeira, desmistificando este “bixo papão” – Parte I. Lamas brew shop. Disponível em: https://www.lamasbrewshop.com.br/blog/2017/09/agua-cervejeira-desmistificando-este-bixo-papao-parte-i.html;




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